Consumidores de Blumenau reclamam de contas de luz com valores acima do normal

Celesc pede atenção ao consumo e nega cobrança adicional

Depois de semanas de calor intenso, com geladeira, ventilador e ar-condicionado trabalhando em regime quase que em tempo integral, moradores do Vale do Itajaí têm se surpreendido com os valores das contas de energia elétrica. O problema é que, ao menos na visão de muitos consumidores, nem sempre o aumento nos valores representa somente a elevação no consumo, comum no verão.

Márcia Fátima Pereira de Oliveira, moradora do bairro Tapajós, em Indaial, quase caiu para trás quando recebeu a conta de janeiro. A fatura fechou em R$ 423, valor mais que quatro vezes maior do que a do mês anterior, quando foram cobrados R$ 98.

Ela alega que em dezembro, período da medição da conta, apenas a sogra e a filha moravam na residência, o que deveria representar um consumo menor. Em média, a família costumava pagar perto de R$ 200. No último mês, a conta baixou, mas, em janeiro, disparou para mais de R$ 400.

Nessa terça-feira, ela foi à sede da Celesc na cidade e foi informada de que teria havido um erro de leitura no mês de dezembro – por isso, a diferença foi acrescentada na conta atual, de janeiro.

– Eles acabaram cobrando R$ 150 a mais, que era de dezembro, na fatura atual. Mas é um absurdo, eu disse que o pessoal que faz a leitura tem que prestar mais atenção – queixou-se.

A professora aposentada Patrícia Pereira Simões também foi à sede da Celesc nessa terça-feira, mas em Blumenau. Ela é moradora do bairro Progresso e viu a conta aumentar de um valor médio de R$ 130 para R$ 360.

A fatura do mês atual que ela levou à empresa indica um aumento no consumo, que ela questiona, e um valor de um mês anterior, mas que ela alega que não seria suficiente para mais que dobrar o valor cobrado.

– Com certeza tem erro, vim aqui para ver o que aconteceu. Já vi mais gente nessa situação. Além disso, não tenho como pagar. Se eu não conseguir resolver, vou ao Procon – destacou.

Claus Lindner, morador do bairro Escola Agrícola, também recebeu este mês uma fatura daquelas que faz as pernas amolecerem, como ele mesmo diz, com valor de R$ 1,1 mil. Depois do susto, ele foi conferir o consumo dos meses mais críticos, no verão do ano passado, e percebeu que a quantidade de quilowatts por hora, de fato, era parecida: em torno de 1.350 Kw/h.

No entanto, o valor da conta, que no ano passado era próximo de R$ 900 nestes meses, agora saltou para mais de R$ 1 mil. Em relação a um mês “normal”, sem o calorão, o valor é mais do que o dobro do que Lindner costuma pagar.

– O valor do quilowatt hora subiu muito em um ano (13,86% segundo a Celesc, aumento ocorrido em agosto de 2018), para um ano em que a inflação foi de 3,75% e o aumento no salário mínimo foi de 4,6%. Não enxergo que seja passível de reclamação, porque são aumentos autorizados, mas o que merece algum destaque é esse aumento exagerado no custo da energia – detalha Lindner, admitindo que achou acima da média o aumento da conta neste mês.

Nas redes sociais, relatos de consumidores questionando os valores das contas deste mês tem ganhado força. Até grupos no WhatsApp foram criados por moradores da região. Muitos usuários questionam até mesmo as medições informadas pela companhia nas faturas.

Por Jean Laurindo / Nsc Total