Empresa têxtil de Blumenau compra imóvel que pertencia à Souza Cruz
As antigas instalações da Souza Cruz no bairro Garcia, em Blumenau, em breve terão um novo destino – mas continuarão em mãos blumenauenses. A Bella Janela, fabricante de cortinas e tecidos de parede, comprou o imóvel de 46 mil metros de área construída e vai concentrar naquele espaço a maior parte da produção, hoje espalhada em unidades pela cidade. A empresa também tem filiais em Anita Garibaldi e Lages.
As conversas começaram ainda em setembro do ano passado, logo depois que a indústria de cigarros anunciou o encerramento das atividades em Blumenau. A venda, parcelada, foi formalizada nesta semana, segundo Roberto Baby, diretor da Bella Janela. Os valores envolvidos não foram divulgados oficialmente, mas a coluna apurou que a transação é milionária.
O complexo passará por pequenas reformas, que devem começar em julho, para ser adaptado ao negócio da Bella Janela. Baby diz que a ideia é “virar a chave total” no final do ano. O empresário está satisfeito. Com cada vez menos áreas disponíveis na cidade para operações fabris, classifica o negócio como uma “oportunidade de ouro” para expandir a empresa dentro do “Reino do Garcia”, pelo qual demonstra grande carinho.
— Esse prédio parece que foi projetado para a Bella Janela – anima-se.
Fundada em 1993, a Bella Janela fabrica 400 mil cortinas por mês. Os produtos abastecem 4 mil clientes, principalmente grandes redes varejistas do Brasil. A empresa também foi afetada pela pandemia do novo coronavírus e diminuiu a produção, mas aderiu à redução de jornada de trabalho para evitar demissões em massa – apenas alguns desligamentos pontuais e já programados foram feitos. Atualmente, são cerca de 650 funcionários.
Segundo Baby, a expectativa é retomar a operação com toda a capacidade já em junho. A crise, acrescenta, pode ter aberto oportunidades para a Bella Janela. O empresário avalia que as políticas de isolamento provocaram mudanças de hábitos nos consumidores, que passaram a dar mais atenção para os cuidados e a decoração de casa. Além disso, Baby nota também uma simpatia maior pelos produtos nacionais.
Por: Pedro Machado - NSC
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